A gravidez na adolescência é uma preocupação global de saúde pública, tem sido associada a maus resultados educacionais, bebês com baixo peso ao nascer e aumento do risco de morte materna.
Para fins de conhecimento, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera adolescente a pessoa entre 12 e 18 anos. Embora a Organização Mundial da Saúde reconheça a adolescência como o período entre 10 e 19 anos de idade (assim como o Ministério da Saúde).
Este artigo não trata de julgar adolescentes grávidas ou qualquer outro envolvido, mas de abordar a problemática dessa situação, bem como o impacto e os riscos da gravidez na adolescência para a mãe, a criança e a sociedade. Prossiga a leitura!
Por que a gravidez na adolescência é um problema?
Certamente, existem muitas mães adolescentes que cuidam de seus filhos tão bem quanto as adultas. No entanto, não podemos deixar de tratar a questão como um problema, pois a gravidez na adolescência priva a mãe da oportunidade de passar cada etapa de sua vida com naturalidade.
Isso as força a criar filhos e tomar outras decisões cruciais para as quais elas podem não estar preparadas. É definitivamente uma grande mudança, tirando oportunidades importantes como aprendizado, educação e muitas outras.
Além disso, existem muitos riscos para a saúde da mãe e do bebê, como parto prematuro, anemia, aborto espontâneo, eclâmpsia, depressão pós-parto e muito mais.
Quais são as principais causas da gravidez na adolescência?
De acordo com especialistas, existem algumas causas principais de gravidez na adolescência:
- Falta de conhecimento sobre anticoncepção;
- Falta de conhecimento sobre saúde sexual;
- Pobreza;
- Uso de drogas;
- Instabilidade social;
- Influência da mídia.
Quais são os primeiros sintomas da gravidez na adolescência?
A gravidez na adolescência é um problema de saúde significativo que tem um grande impacto na saúde da mãe e do feto.
Os primeiros sintomas podem ser difíceis de detectar porque muitas vezes são sutis e nem sempre associados à gravidez na adolescência.
No entanto, existem alguns sinais comuns que podem indicar que você ou alguém que você conhece está grávida. Esses sinais incluem:
- Náuseas e vômitos;
- Aumento do apetite;
- Sensibilidade mamária;
- Dores abdominais;
- Spotting ou sangramento de escape entre os períodos menstruais;
- Micção frequente;
- Mudanças de humor frequentes;
- Ganho ou perda de peso;
- Fadiga incomum;
- Desmaios.
A gestação pode ser confirmada com um teste simples vendido livremente em farmácias.
Quais são as consequências de uma gravidez na adolescência?
As mães adolescentes são mais propensas a serem mães solteiras e têm menor desempenho educacional do que seus pares.
O estigma associado à gravidez na adolescência muitas vezes leva as meninas a abandonar cedo a escola ou o trabalho para cuidar do filho.
Ademais, jovens mães têm menos oportunidades de crescimento de carreira. E todos esses fatores levam a um aumento do risco de pobreza.
Adolescentes que engravidam também são mais propensos a sofrer de depressão, ansiedade ou transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Socialmente, a gravidez na adolescência pode levar a uma reação contra as meninas, pois muitas vezes são vistas como as únicas responsáveis pelo problema, além da pressão para serem boas mães, esposas, profissionais e mulheres.
Por fim, muitas adolescentes não têm maturidade ou emocional para lidar com a gravidez e a maternidade, geralmente transferindo para os avós toda a responsabilidade de cuidar e educar a criança.
Quais os principais problemas psicológicos causados por uma gravidez na adolescência?
Os principais problemas psicológicos causados pela gravidez na adolescência incluem:
- Depressão: Esta doença pode fazer com que as pessoas experimentem tristeza, desesperança e uma sensação avassaladora de inutilidade. A depressão também tem sintomas físicos, como problemas para dormir, perda de apetite, aumento ou diminuição do desejo sexual, ganho ou perda de peso.
- Ansiedade: É caracterizada por um sentimento avassalador de medo e uma incapacidade de relaxar. Pode se manifestar de muitas maneiras diferentes, mas os sinais mais comuns são dor no peito, falta de ar, taquicardia e sudorese excessiva.
- Baixa autoestima: É um termo usado para descrever um sentimento de inferioridade, inutilidade ou inadequação que pode levar a sentimentos de desamparo e desesperança. Muitas pessoas experimentam baixa autoestima em algum momento de suas vidas, principalmente após a gravidez na adolescência.
- Depressão pós-parto: É uma forma de depressão que pode acontecer com a mãe depois do nascimento de um bebê. Os sintomas da depressão pós-parto são muito semelhantes a outras formas de depressão, mas o problema ocorre após o parto e não antes.
- Estresse: Os altos níveis de estresse que cercam a gravidez na adolescência podem ter um impacto negativo no feto em desenvolvimento e causar uma infinidade de problemas de saúde física e mental para a mãe.
O que fazer para prevenir a gravidez na adolescência?
A gravidez na adolescência é uma preocupação séria para pais, educadores e formuladores de políticas.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada hora no Brasil nascem 48 bebês de mães adolescentes. Sendo que muitos destes são de meninas com até 14 anos.
Para prevenir a gravidez na adolescência, precisamos considerar todos os possíveis fatores que contribuem para esse problema, como pobreza e falta de oportunidades de educação, entre outros. Nesse sentido, a conscientização e educação sexual são de suma importância.
Algumas medidas básicas que podem ser implementadas de forma independente pelas meninas envolvem:
1- Uso de camisinha
Com o aumento do índice de gravidez na adolescência, é importante o uso do preservativo nas relações para prevenir não só a gravidez, mas também as infecções sexualmente transmissíveis.
Devido a falta de educação sexual, muitos adolescentes não sabem que os preservativos não são apenas para prevenir a gravidez. Eles também podem evitar a propagação de infecções sexualmente transmissíveis como Sífilis e HIV.
O uso de preservativos nos relacionamentos pode reduzir o risco de gestação não planejada em até 95%, e estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde.
2- Pílulas anticoncepcionais
As pílulas anticoncepcionais são altamente eficazes como forma de contracepção e demonstraram reduzir o risco de gravidez de 95% a 99,9% quando usadas perfeitamente de acordo com as instruções.
Devido ao fácil acesso, muitas adolescentes utilizam diariamente a pílula anticoncepcional como método contraceptivo, mas elas são acompanhadas de alto risco de esquecimento, aumentando a possibilidade de gravidez.
3- Dispositivo Intrauterino (DIU)
O DIU é um dos métodos mais populares de controle de natalidade entre os adolescentes porque não requer nenhum esforço por parte do usuário e é altamente eficaz na prevenção de gravidezes indesejadas.
Um DIU é um pequeno dispositivo em forma de T que é inserido no útero por um médico para evitar gravidez não planejada. Existem dois tipos de DIU: cobre e hormonal. Cada DIU tem benefícios diferentes, mas ambos funcionam da mesma maneira.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que as adolescentes conversem sobre o DIU de cobre com seus profissionais de saúde, que podem colocá-lo gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
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